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Escolas e listas de materiais – O mau exemplo vem até de quem deveria ensinar.

Estava pensando em escrever um artigo esta semana sobre a falta de prevenção a acidentes ambientais, sentado na mesa do escritório, quando minha esposa me chama:

“Amor, chegou a lista de materiais do Bruno”;

“Ok. e já tem valor?”

“R$ 1.600,00”

Isso mesmo. R$ 1.600,00. Independente do mundo em que você que esta lendo este artigo vive, R$ 1.600,00 é muito dinheiro.

E isso me fez ficar indignado, mas ao mesmo tempo liguei esse assunto a questão ambiental.

100% deste valor é referente a livros didáticos.

Livros que são, em sua extrema maioria, idênticos aos do último ano letivo.

Obvio que alguns deles devem possuir campos para escrita, mas convenhamos, imagina a quantidade de papel gerado para fazer livros do novo ano na escola?

E a quantidade de livros que são jogados fora, ou descartados, que poderiam ser utilizados no ano seguinte por outras crianças?

A ideia não é sequer falar sobre as nuances da venda desses materiais, e sobre como estas listas devem ser veiculadas pelas escolas antes da assinatura de contrato para o ano letivo.

Mas se isso lhe interessou, recomendo o texto do Marcelo Cesário ao blog O direito e o consumidor do G1 – portal Globo.

Educação Ambiental Base

Já escrevi muitas postagens falando sobre a falta de uma educação ambiental de base.

E o modo como as escolas trabalham a divulgação destas listas de materiais escancaram o desinteresse pela conservação ambiental.

Quantas escolas você conhece que realizam um evento para que pais possam adquirir livros de crianças que encerraram o último ano letivo?

Ou então que tenham incentivado a criação de grupos de WhatsApp para que os pais possam trocar os livros?

Ainda que as escolas e instituições de ensino não consigam agir em ações deste tipo, deveriam acompanhar o modelo de livros e materiais que são impostos ao ano letivo analisando a possibilidade de reúso dos mesmos.

Livros que possuem muitos campos para preenchimento ou para destacar parte de páginas acabam por inviabilizar o reúso destes materiais.

Conceitos Perdidos

Minha mãe me conta que em sua época de escola era obrigação da família acompanhar o zelo das crianças em relação aos materiais.

Muitos destes seriam utilizados por primos, vizinhos ou conhecidos.

E isso sequer tinha qualquer valor financeiro envolvido, era pura e simplesmente lógica econômica.

Numa época do mundo em que vemos que as gerações atuais estão lidando com os resultados de anos de descaso ambientais de outras épocas, podemos também refletir sobre o que as gerações atuais estão fazendo com o futuro do planeta.

Escolas não são polos de educação apenas, mas também de cultura da plena consciência.

Se elas não conseguirem dar exemplos consistentes relativos também ao meio ambiente, não poderá se queixar mais tarde de fazer livros de história contando como não conseguimos lidar com os nossos desafios de conservação do planeta.

Arthur Amaral

Engenheiro ambiental sênior com 15 anos de experiência em empresas de pequeno, médio e grande porte, com atuação técnica e comercial. Destacada atividades de análise, investigação e remediação ambiental de áreas degradadas, auditorias ambientais, atendimento a emergências ambientais e químicas, além da aplicação de treinamentos técnicos.

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